STEFAAN VAN DEN BREMT
( BÉLGICA )
Stefaan van den Bremt (1941) estreou-se em 1968 com poemas classificados como neo-realistas, mas distinguiu-se pelo seu intenso envolvimento social. Gradualmente, ele emergiu como o poeta político da década de 1970. A sua poesia desse período trata de temas sociais como a crise económica, o desemprego, a gestão política e industrial. Ao mesmo tempo, escreveu peças e canções.
A partir da década de 1980, seu trabalho tornou-se mais íntimo em conteúdo e mais clássico em forma. Van den Bremt trocou poemas políticos por letras de amor eróticas. Em seu trabalho da década de 1990, os jogos de linguagem desempenham um papel cada vez mais importante. Seus poemas frequentemente contêm anedotas autobiográficas; num nível mais abstrato, o tema subjacente é a condição humana.
Van den Bremt também é conhecido como tradutor de autores como Verhaeren, Maeterlinck, Brecht e Kafka e também é um grande defensor da literatura latino-americana. Por exemplo, apresentou um grande número de poetas latino-americanos ao mundo de língua holandesa, entre eles José Luis Sierra, Jaime Sabines e Joaquín Silva.
TEXTOS EM NEERLANDÊS
TEXTOS EN ESPAÑOL
TEXTOS EM PORTUGUÊS
LA OTRA – REVISTA DE POESIA – Ano 2 – no. 8 julio – septiembre 2020. Portada Rodrigo Benavides. Director José Ángel Leyva. México: Universidad Autónoma de Sinaloa. ISSN 1305-5143
Ex. bibl. de Antonio Miranda
SCHENERGEBIED
“Vergeer niet dat het donker wordt!”
roept me daar cen stemmetje vana vier
vanuit het venster naar de tuin
waar ik net licht nastaar op stenen
van een huis dat niet meer weet
waar get staat, het is vergeten
wie wij zijn, hoe dit gebied
uithoekt en het dorp ontschiet.
KLOPPER
Op deuren van deftige panden
gegoten meisjeshanden,
breed lachend gezichten.
De deurklopper oplichten.
en laten vallen op de bronzen
knop. Van de galm fronsen
plavuizen in de gang, en
nog blijven spiegels hangen
aan oude tijd en klein geluk.
Klop aan, houd voet bij stuk.
TEXTOS EN ESPAÑOL
ZONA DE SOMBRA
“¡No olvides que oscurece!”
me regala una voz de cuatro años
desde la ventana abierta al jardín
donde contemplo la luz en las piedras
de una casa que no guarda memoria
donde está, ha olvidado
quienes somos, como esta zona
aislada se le ha escapado al pueblo.
ALDABA
En las puertas de ciertos caserones,
esas manos fundidas de muchacha,
esos rostros con una amplia sonrisa.
Alza la aldaba y déjala
caer libre en el bronceado suporte.
La resonancia hace que se arrugue
el embaldosado del corredor,
donde aún están colgados
los espejos de las felicidades
inciertas de ayer. Toca
a la puerta, no dejes de llamar.
LA AGUJA DE ADRIADNA
Este cojín es un invernadero,
casi duele a la vista;
al mirarlo puedo oler la retama
floreciendo terca
hasta que cierre los ojos.
Este cojín es de cristal;
tendido en el suelo, miro
por el ojo de la aguja
florecer lo amarillo en medio
de un verde amariposado.
Este cojincito cuenta,
sin perder el hilo,
Ariadna, y ya no veo
ni gota en aquel
laberinto verdoso.
Me pica y punza
me muerde y recorta
el Minotauro
y lo encierra, y
la tatúa un jardín.
ELOGIO DE LO SUPERFLUO
Reseca y un poco magullada
en una luz confusa de otoño,
apenas del tamaño de una cereza,
demasiado chica para la manzana
ornamental que quisieras ser
—manzanita que te sobrevives
sin ton ni son, sazonando el cuarto
de estar con un acidez minúscula,
al olerte saboreo el tiempo.
PLANO
caminante no hay camino
se hace camino al andar
ANTONIO MACHADO
El camino a casa sigue sin fin
los paseos que vienen y que van
por esas calles que aún se aventuran
a ser como un plano de aquel entonces
Volvemos los dos juntos
¿Por qué me siento tan solito?
Perseguimos a esos que llegamos a ser
Por momentos es como si volviera
hacia atrás donde aún no te conozco
Otras veces como si, de la mano,
Tuviéramos que encontrar un sendero
que se hundiera más y más y desapareciese
en una curva. El camino a casa
llega hasta donde estamos caminándolo
TEXTOS EM PORTUGUÊS
ZONA DE SOMBRA
“Não te esqueças que escurece!”
me presenteie uma voz de quatro años
desde a janela aberta para o jardim
onde contemplo laa luz nas pedras
de uma casa de que não guarda memória
onde está, esqueceu
quem somos, como esta zona
isolada escapou da cidade.
ALDABRA
Nas portas de alguns casarões,
essas manos fundidas de moça,
esses rostos com um amplo sorriso.
Alça a aldabra e deixe-a
cair livre no bronzeado suporte.
A ressonância faz que se enrugue
e ladrilhado do corredor,
onde ainda estão pendurados
os espelhos das felicidades
incertas de ontem. Bate
na puerta, não deixes de chamar.
A AGUJA DE ADRIADNA
Esta almofada é uma estufa,
quase dói à vista;
ao olhá-lo posso cheirar a retama 1
florescendo teimosa
até que feche os olhos.
Esta almofada é de cristal;
estendida pelo, observo
pelo olho da agulha
florescer o amarelo no meio
de um verde efeminado.
Esta almofada conta,
sem perder a fenda,
Ariadna, e já não vejo
nem gota naquele
labirinto esverdeado.
Me bica e pinça
me morde e recorta
o Minotauro
e o encerra, e
a tatua um jardim.
1 Retama é um conceito que deriva do árabe ratáma. Trata-se do nome de um arbusto que pertence à família das papilionáceas, também conhecidas como leguminosas o fagáceas.
ELOGIO DO SUPÉRFLUO
Resseca e um pouco de hematoma
numa luz confusa de outono,
apenas do tamanho de una cereja,
demasiado pequena do que a maçã
ornamental que quiseras ser
—maçãzinha que te sobrevive
sem tom nem som, sazonando o quarto
de estar com uma acidez minúscula,
ao cheirar-te saboreio o tempo.
PLANO
caminhante não há caminho
se faz caminho al andar
ANTONIO MACHADO
O caminho para casa segue sem fim
oss paseios que vem e que se vão
por essas ruas que ainda se aventuram
a ser como um plano daquele então
Voltamos os dois juntos
Por que me sento tão sozinho?
Perseguimos esses que chegamos a ser
Por momentos é como se voltasse
para trás onde ainda não te conheço
Outras vezes como se, de mãos dadas,
Tuvéssemos que encontrar um caminho
que se afundasse mais e mais e desaparecesse
nuna curva. O caminho de casa
chega até onde estamos caminando-o.
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Página publicada em novembro de 2023
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